terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Veja dicas para não errar no presente do amigo-oculto


Incluir um cartão no presente é um gesto de bom gosto, diz consultor (Foto: Divulgação)
Presentes neutros, como livros e DVDs, são boas opções.Incluir um cartão no presente é gesto de bom gosto.
Do G1, em São Paulo
Fim de ano. Época de dar e receber presentes. Combinando as duas informações, um dos resultados é uma conhecida tradição: o amigo-oculto. A brincadeira, motivo de empolgação para muitos, pode significar para alguns uma grande dor de cabeça. Qual presente dar? Como escolher algo para uma pessoa que mal conheço? O que fazer se meu amigo-oculto for meu chefe? Essas e outras dúvidas foram esclarecidas para o G1 pelo consultor de etiqueta Fábio Arruda.

O que vai agradar?
Esta é a preocupação inicial. Como é possível dar um presente que agrade a um eventual amigo-oculto desconhecido? A solução, segundo Fábio Arruda, é pensar em presentes neutros. “Esses, basicamente, vão agradar. Um exemplo é a cesta de Natal. Não há quem não goste. As pessoas devem evitar coisas muito personalizadas, como um DVD de axé. Se não conhecer bem o gosto do presenteado, não arrisque”, diz Arruda.

O oposto, porém, também é um erro, segundo o consultor. “Nada de dar um ‘vale presente’. Esta é a última instância de que você não está preocupado com essa pessoa. Significa que você quis facilitar a própria vida, em vez de agradar a pessoa”. “Recomendo chocolates, desde que a pessoa não esteja acima do peso. Livros e todos os presentes passíveis de troca como um DVD de uma boa loja, são ótimas opções. A pessoa poderá trocar caso não goste. Prefira temas como atualidades e cultura. Nunca ofende insinuar que uma pessoa tem cultura. Só vai se ofender quem for ignorante”, afirma o consultor.


Arruda destaca ainda que um gesto de bom gosto é incluir um cartão no presente. “Tudo o que a gente dá com cartão, é um detalhe pessoal a mais. É uma forma de atenção, preocupação. Além disso, não há justificativa para que um voto positivo em um cartão seja algo deselegante. Atitude gentil sempre é bem vista. Gentileza abre todas as portas, mas grosseria lacra qualquer porta em qualquer lugar”, diz Arruda.A situação pode acontecer. Você retira o papelzinho da sacola e vê que a pessoa que irá presentear é alguém com quem teve problemas o ano inteiro. “Nesse caso, eu sugiro um pouco de inteligência”, ensina Arruda. “Pegue um colega próximo e, simplesmente, troque com ele sem que os outros saibam.”


“Se você passou o ano inteiro em mal-estar com a pessoa, não dá pra reverter isso no momento de festa e todo mundo vai perceber. Clima de fim de ano não altera nada nos relacionamentos. Se a pessoa não estiver predisposta a resolver a situação, na hora vai piorar muito. Não vai ficar mal só entre as duas partes, mas vai constranger todo mundo”, afirma o consultor.


Não seja inconveniente
Se seu amigo secreto estiver acima do peso, principalmente se for mulher, evite dar roupas. “Dar uma roupa de tamanho grande é uma atitude de mau gosto e pode ser ofensiva”, alerta Arruda. “A pessoa sabe que não usa roupa pequena. O que se vai ganhar indo ao encontro do defeito da pessoa? Por que arrumar briga?”. Também não é recomendável dar presentes que sugerem uma brincadeira, como artigos de sex shop. “Isso abre campo para levar um tapa na cara, por mais errado que seja a agressão. Quem faz isso, faz cutucando. E quem cutuca poderá ser cutucado. Você faz a brincadeira e está apto a levar o troco. É um tiro no pé”, explica Arruda.

Tirei meu chefe!
Arruda diz que “comprar a coisa mais cara, para fazer bonito para o chefe, é cafonice. Toda brincadeira é feita sob uma regra. Existe teto e base para o valor dos presentes. Não saia disso nunca”, diz o consultor. "Não é para ter grau de elegância conforme o cargo do presenteado. Isso demonstra superficialidade de valores e não aproxima ninguém. Todo mundo vai te achar um bajulador, inclusive o próprio chefe.”


Não era o que eu queria
Arruda recomenda que, ao topar participar do amigo-oculto, a pessoa deve se conscientizar de que pode ganhar um presente pior do que o que deu. “Vá se conscientizando no momento da compra. Repita o mantra ‘existe a possibilidade de ganhar algo pior do que eu comprei’. As pessoas estão tentando acertar. Ninguém escolhe o presente para que o amigo-oculto odeie. Se eu não gostar do presente, melhor pensar que a pessoa tentou agradar”, acrescenta o consultor.

Agrados
Seja qual for a situação, se alguém quiser presentear outra pessoa, além de seu amigo-oculto, melhor fazer isso em um local à parte. “Não se deve dar preferência para alguém na frente de todo mundo. Isso cutuca as pessoas, mesmo com boas intenções. Se você quiser que todos vejam, estará confundindo generosidade com vaidade e isso causará constrangimento para o presenteado e para os preteridos. Não existe nada mais imperdoável que a estupidez”, afirma Arruda.


O meu amigo secreto...
Se você ainda não pensou nisso, melhor começar a se preocupar. Além de todo o esforço para acertar no presente, ainda será necessário passar pelo momento de entregá-lo. É o momento de descrever o amigo-oculto, para que os demais adivinhem. Arruda alerta: é uma hora delicada. “Em muitos casos, essa seria uma brincadeira para se fazer no purgatório. Poucas pessoas se atêm a falar das qualidades do ‘amigo’. O ser humano vai na caricatura. Detalhes menos provisórios. Sempre é recomendável falar do que a pessoa é, sem se ater a traços físicos. A base da educação é a generosidade. Enxergar o próximo aceitando suas limitações ou defeitos. É a essência da brincadeira”, conclui o consultor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário