sábado, 25 de abril de 2009

ÁRVORES - PAULO COELHO NO G1 (MENSAGEM DO DIA).


Uma vez eu caminhava com meu mestre por um campo perto de Cabo Frio. Ele dizia:


“olha ali uma bromélia!” E logo depois: “vê esta orquídea!”


Meus olhos não estavam acostumados ao milagre das coisas pequenas. Tudo o que via diante de mim era uma confusão de plantas verdes e nada mais. Aos poucos, andando com ele, aprendi a educar a vista e a buscar a planta que queria.


O mesmo se passa com os Sinais de Deus, que aparecem na maneira como Ele procura ajudar a dirigir nossas vidas. Só um olho treinado consegue vê-los.




Hoje – embora ainda cometa erros – acostumei-me a distinguir no cenário à minha frente a caligrafia de Deus. Assim como a beleza da orquídea se destaca para quem sabe que elas existem, os Sinais se mostram para quem tem a coragem de decifrá-los.


William Blake, poeta e pintor inglês, disse:


“O tolo não vê a mesma árvore que o sábio.”


Custei a entender isto, mas acabei aprendendo.



Este post foi publicado em Todas, domingo, (19/04/2009), às 07h25. Deixe seu comentário.

DESAPARECIMENTO DE YANKEE (CÃO QUERIDO DE ALEXANDRA, DO BLOG ALMA MINHA).

UTILIDADE PUBLICA

"YANKEE foi roubado nesta madrugada na cidade de Porto Alegre ( cidade baixa) e pode estar ainda pelos arredores ou em bairros mais longe, mas provavelmente em Porto Alegre (Brasil).

É um ser dócil, manso, educado, obediente, gentil, amado, querido e ele precisa voltar pra casa, porque é lá que o reconhecem como vida AMADA E QUERIDA. POR FAVOR, SE VOCÊ POSSUI ORKUT COPIE AS FOTOS DE YANKEE E FAÇA UM APELO NO SEU ORKUT. SE POSSÍVEL, NO SEU PRÓPRIO BLOG. Afinal, somos "lidos" por todos os cantos do mundo."

REFLEXÕES DE ALEXANDRA S. NO SITE ALMA MINHA.


“Somos um intervalo entre dois intervalos – a vida (espaço entre a nascença e a morte) e o tempo (espaço entre a eternidade e o efemero). Nós somos uma fagulha que se apaga num vento que passa sem que possamos dizer que o sentimos passar”.(Fernando Pessoa)
"Três paixões, simples mas irresistivelmente fortes, governam a minha vida: o desejo imenso de amar, a procura do conhecimento e a insuportável compaixão pelo sofrimento da humanidade". (Bertrand Russel)
"Virá o dia em que a matança de um animal será considerada crime tanto quanto o assassinato de um homem."(Leonardo da Vinci)
"Todo o estado de alma é uma passagem. Isto é, todo o estado de alma é não só representável por uma paisagem, mas verdadeiramente uma paisagem. Há em nós um espaço interior onde a matéria da nossa vida física se agita. Assim uma tristeza é um lago morto dentro de nós, uma alegria um dia de sol no nosso espírito. E - mesmo que se não queira admitir que todo o estado de alma é uma paisagem - pode ao menos admitir-se que todo o estado de alma se pode representar por uma paisagem. Se eu disser "Há sol nos meus pensamentos", ninguém compreenderá que os meus pensamentos são tristes."
(Fernando Pessoa, in Cancioneiro)
"O mais corrosivo de todos os ácidos é o Silêncio"(Frangias, Andreas)
Poema ao acaso

Prefiro rosas, meu amor, à pátria
Fernando Pessoa
Prefiro rosas, meu amor,
à pátria,
E antes magnólias amo
Que a glória e a virtude.
Logo que a vida me não canse,
deixo
Que a vida por mim passe
Logo que eu fique o mesmo.
Que importa àquele a quem já
nada importa
Que um perca e outro vença,
Se a aurora raia sempre,
Se cada ano com a Primavera
As folhas aparecem
E com o Outono cessam?
E o resto, as outras coisas que
os humanos
Acrescentam à vida,
Que me aumentam na alma?
Nada, salvo o desejo
de indiferença
E a confiança mole
Na hora fugitiva.
A TUA AUSENCIA
a dor da tua ausência
oculto-a nos sorrisos imperfeitos
que rabisco no vazio
quando visitas meu jardim
subconsciente e íntimo
descubro-a nos soluços cavados
que sobressaltam meu chão
sismos que ameaçam meu templo
edificado em terra-de-ninguém
entrego-a na lágrima obstinada
que nasce no rincão oculto
de onde toda a inquietação
ingovernável e sôfrega flui
a dor da tua ausência
deslaço-a em mim
colo de quimeras mil
pasto tenro de desvarios
estupendos e plácidos
porque
na tua ausência
a dor é pilar em mim
é oriente e aurora
e meu fontanário de ser
A.
03-04-09
*ADOREI TODAS AS MENSAGENS LIDAS EM TEU BLOG, QUERIDA ALEXANDRA, E ESTAREI PUBLICANDO O ANUNCIO DO DESAPARECIMENTO DE TEU QUERIDO YANKEE.BJSSSSS MIL.

QUEM VAI PAGAR O PATO? - BRUNO MEDINA NO G1(INSTANTE POSTERIOR).



É muito provável que você já tenha ouvido falar de Susan Boyle, a feia e desengonçada candidata de um programa de calouros da TV britânica que tornou-se celebridade mundial em menos de uma semana. A escocesa de hábitos simples e aparência rude –cujo aspecto mais a aproxima de uma personagem da turma do Asterix- protagoniza um conto de fadas particular, agora observada de perto por seus recém-conquistados milhões de fãs.
O talento de Susan revelou-se para mim através do diminuto retângulo que se faz de uma janela do Youtube. Ainda que, a altura, aquela voz se propagasse pelos autofalantes do laptop, foi espantoso perceber seu extraordinário carisma, suficiente para emocionar até mesmo os menos sensíveis ouvidos e corações. A apresentação que pode de fato ter alterado o rumo da vida desta jovem senhora não se transformou em sucesso instantâneo por acaso.
Susan caiu nas graças de todos porque não dava indícios de ser uma forte concorrente. Nota-se que não havia estratégia a ser seguida, discurso ensaiado ou qualquer um destes artifícios em que os calouros costumam basear suas apresentações. Ela parecia não ter a mínima consciência de que a brejeirice provinciana, aliada à sua figura gorducha e atarracada, despertaria qualquer tipo de simpatia no público. A falta de desenvoltura concede a impressão de estar ali mais por insistência dos amigos do que por vontade própria.
O que, no entanto, ficou muito claro desde o início foi a velha e conhecida lógica da atração televisiva; “Britain’s Got Talent” aponta para o escracho e se vale de candidatos esquisitos, bem como de suas risíveis pretensões e falta de bom senso, para alavancar audiência. Além da tradicional bancada, geralmente composta por personalidades musicais impiedosas, há ainda dois humoristas atentos a qualquer oportunidade que surja para desdenhar dos pretensos cantores.
Frente à tragédia anunciada, Susan passou plena, de regra à enorme exceção. A genuinidade de sua relação com a música interpretada neutralizaram todos os papéis a serem desempenhados naquela noite; humoristas, produtores rabugentos e plateia histérica simplesmente se calaram, estupefatos, para ouvi-la cantar. Houve quem chorasse, talvez de remorso, e me pareceu sincero o desabafo da jurada da competição, reconhecendo o usual cinismo.
No vídeo ficou registrado algo capaz de transcender a aclamação recebida por tantos outros candidatos que, como ela, surpreenderam telespectadores sedentos pela humilhação alheia. Mais do que vencer o preconceito que lhe rendeu risadas assim que pisou no palco, a caloura forneceu a todos nós uma inesquecível lição: a de que ainda é possível acreditar na pureza. Arrisco-me até a dizer que esta é a principal razão pela qual sua performance já contabiliza dezenas de milhões de acessos na web.
Hoje ligo a TV e me deparo com imagens de Susan em seu vilarejo, na porta de casa, atendendo à imprensa. Já se sabe que ela teria assinado contrato para gravar um disco, e que nunca beijou na boca. Vislumbrando as possibilidades comerciais inerentes ao seu sucesso, uma produtora de filmes pornô ofereceu um milhão de dólares para que a caloura perca a virgindade diante das câmeras.
E o que vem depois? Susan grava um disco, passa a se apresentar pelos quatro cantos do planeta, ganha algum dinheiro. Participa de um daqueles programa que a fará parecer dez anos mais jovem, muda o cabelo, joga as roupas fora. Arrumam-lhe namorado e amigos influentes e, de repente, não se sabe mais dela. Quando Susan deixar de ser patinho feio para se transformar em cisne, acabou toda a graça. Pergunto-me se existe alguma chance de resistir à tentação de se tornar aquilo que os outros querem que ela seja. Infelizmente acho que não.
Este post foi publicado em Instante Posterior, terça-feira, (21/04/2009), às 15h39. Deixe seu comentário.

MORRISON E CASAL - PAULO COELHO NO G1 (MENSAGEM DO DIA).


Durante dias o casal caminhou quase sem conversar.Finalmente chegou ao meio da floresta, e encontrou George Morrison.

“Minha companheira quase não falou comigo durante a viagem”, disse o rapaz.

“Um amor que não tem silêncio é um amor sem profundidade”, respondeu Morrison.

“Mas ela nem mesmo disse que me amava!”, insistiu o rapaz.

“Há pessoas que falam isso a toda hora”, continuou Morrison. “Acabamos desconfiando se há verdade em suas palavras”.

Os três se sentaram em uma pedra. Morrison apontou as montanhas no horizonte:

“A natureza não fica repetindo o tempo todo que Deus nos ama. É no silêncio que nós O compreendemos”.


*A paciência é amarga, mas seus frutos são doces.
Jean-Jacques Rousseau.


Este post foi publicado em Todas, quarta-feira, (22/04/2009), às 00h05. Deixe seu comentário.

SOBRE CONFIAR - PAULO COELHO NO G1(MENSAGEM DO DIA).



“Acredito em tudo o que as pessoas me dizem e sempre acabo me decepcionando”, costumamos ouvir.

É muito importante confiar nas pessoas: um guerreiro da Luz não tem medo de decepções, porque conhece o poder da sua espada e a força do seu amor.

Entretanto, ele sabe que uma coisa é aceitar os sinais de Deus e entender que os anjos usam a boca de nosso próximo para nos aconselhar. Outra coisa é ser incapaz de tomar decisões e estar sempre procurando transferir a responsabilidade de nossos atos aos outros.

Só poderemos confiar em alguém se, primeiro, formos capazes de confiar em nós mesmos.


Este post foi publicado em Todas, quinta-feira, (23/04/2009), às 00h51. Deixe seu comentário.

EM BUSCA DE ALGUÉM - PAULO COELHO NO G1(MENSAGEM DO DIA).

Um guerreiro da luz precisa de amor. O afeto e o carinho fazem parte de sua natureza – tanto quanto o ato de comer, o de beber e também o gosto pelo bom combate.


Quando o guerreiro não está feliz, algo está errado.


Assim, ele interrompe o combate e vai em busca de companhia, para assistir junto de alguém ao entardecer.


Se ele tem dificuldades em encontrá-la, pergunta a si mesmo: “Tive medo de me aproximar de alguma pessoa? Recebi afeto e não percebi?”


Um guerreiro da luz usa a solidão, mas não é usado por ela.



Este post foi publicado em Todas, sexta-feira, (24/04/2009), às 00h08. Deixe seu comentário.

DEZ COISAS PARA SE FAZER ANTES DE MORRER - BRUNO MEDINA EM INSTANTE POSTERIOR NO G1.

Diz-se por aí –e até hoje não houve motivos para discordar- que a única verdade absoluta inerente à vida é a certeza de que, cedo ou tarde, chegará o dia no qual cada um de nós terá de se despedir deste mundo. Perdoem a aparente morbidez do tema, mas devo desde já admitir ser um daqueles que consideram sensato (e até saudável) o empenho de se evitar que os conceitos comumente associados à morte a transformem num tabu.


Sendo nós humanos e por natureza imperfeitos é de se esperar que sempre haja quem prefira viver à sombra de sua capa negra, à espera da fatídica jogada, ao invés de aproveitar da melhor maneira possível os dias a que tem direito. Ao longo dos séculos, nossa obsessão evidencia-se pela extensa produção artística e filosófica dedicada ao assunto, onde seguramente se inserem as mais relevantes obras já criadas pelo homem.


Se não se enquadra na categoria descrita acima, José Martí, escritor, poeta e líder nacionalista cubano, ao menos colaborou para conceder alguma leveza à questão. Atribui-se a ele a ideia de que nenhuma existência terá sido em vão caso atenda à apenas três exigências: plantar uma árvore, ter um filho e escrever um livro. Baseado na simplicidade de tais preceitos e na popularidade que adquiriram é razoável imaginar que muita gente deva ter partido desta para uma melhor com a sensação de dever cumprido graças ao sujeito.


Tendo como referência o que foi proposto por Martí, alguns anos atrás a revista americana Forbes criou uma nova e aprimorada versão da lista, sob o título de “10 coisas para se fazer antes de morrer”. Muito embora a publicação seja conhecida por divulgar quem são os indivíduos mais ricos e poderosos do planeta, resolvi dar-lhe crédito e submeter minhas melhores e mais estimadas vivências aos critérios propostos, só pra ver que bicho dá. Posto isto, vamos a eles:


10 COISAS PARA SE FAZER ANTES DE MORRER


1. Fazer uma ‘Pilgrimage’- o termo é utilizado para definir uma longa jornada, ou a viagem que coincide com uma busca de grande valor moral. Os destinos que primeiro vem a mente são Jerusalém, Roma, Mecca ou Santiago de Compostela. Em meu favor, só posso assinalar passagens pela Basílica de Aparecida e pelo Cristo Redentor, mas creio que estes lugares não contemplam o sentido pretendido. Comecei mal.


2. Memorizar um poema e passá-lo a diante – essa é pra recuperar, está fácil. Não me lembro ao certo da ocasião, mas com certeza já apliquei o artifício a alguma pretendente durante a adolescência. Próxima.


3. Escalar sua própria montanha – pelo que entendi, o significado é transpor uma dificuldade, vencer um desafio. Faço isso toda vez que me apresento em público ou diante das câmeras.


4. Fazer uma refeição boa o suficiente para ser sua última – tenho que pensar… não sei se a circunstância contribuiu (dia livre numa cidade tediosa) , mas em minha última passagem por Portugal comi um prato divino; o restaurante era do tipo familiar, localizado num povoado de 5 mil habitantes. Polvo à vinagrete com batatas ao murro pode não ser uma pedida muito popular mas, acreditem, na ocasião era o manjar dos deuses.


5. Ter um inimigo mortal – este item está aqui porque ter um opositor veemente é uma forma de comprovar a firmeza de suas convicções. Vou ficar devendo, não sou muito de guardar rancor.


6. Perdoar alguém - pela mesma razão do item anterior vou dizer que sim, perdoei muitas vezes. Para citar um caso, lembro-me de que certa vez meu irmão escreveu na tampa da caixa do Jogo da Vida que eu havia roubado na roleta, e ainda pôs a data. A mentira ficou perpetuada e sempre que jogávamos com amigos eu precisava me defender da injúria. Apesar das constantes humilhações, perdoei.
7. Ver por você mesmo que a terra é redonda – para alguém da minha idade já viajei bastante até. Não tanto quanto queria, mas tenho tempo ainda. Vou me dar meio ponto nessa.
8. Levar alguém que ama a ‘Camera degli Sposi’ – trata-se de uma sala do Palácio Ducal, na Itália. Ostensivamente decorada por pinturas e afrescos, destaca-se pelo incrível valor histórico e pela beleza. Nunca estive lá, no entanto posso me gabar de ter conhecido Mona Lisa, Guernica, os quadros de Van Gogh e os da fase negra do Goya. Sempre sozinho. Será que vale meio ponto também?
9. Desafiar a gravidade – sendo esta uma lei imutável da física, minha interpretação aponta para quem é ou foi rebelde sem causa ou vivenciou alguma experiência ultra-radical. Já viajei de teco-teco, de barquinho em meio a tempestade, cruzei ponte preste a cair, mas nunca por vontade própria. Então seria incorreto afirmar que desafiei a gravidade, assim, deliberadamente.
10. Deixar que alguém aproveite a chance que você perdeu – Bem, essa está guardada para o meu filho.
É chegada a hora da contabilidade. Das dez coisas para se fazer antes de morrer, contando os meio pontos, vou considerar já ter feito cinco. Confesso que, a esta altura da vida, ficaria preocupado se tivesse passado de sete. Para os supersticiosos, uma dica: talvez o único jeito de retardar o “xeque-mate” seja deixar a lista sempre incompleta.
Este post foi publicado em Instante Posterior, sexta-feira, (24/04/2009), às 16h00. Deixe seu comentário.

VOCÊ - PAULO COELHO NO G1(MENSAGEM DO DIA).


Você não é o que aparenta ser nos momentos de tristeza. É muito mais que isso.
Ouça seu coração.
Lembre-se das pequenas lutas travadas em todos os dias de sua vida: você sobreviveu a elas. Só isto já é motivo de orgulho.
Enquanto muitos já se foram, por razões que nunca com¬preendamos, você continua aqui. Por que Deus levou pessoas tão incríveis, e deixou você? Porque sua vida ainda tem um sentido. Mesmo que não lhe seja claro.
Neste momento, milhões de pessoas já desistiram: não se aborrecem, não choram, não fazem mais nada. Apenas esperam o tempo passar.
Perderam toda e qualquer capacidade de reação.
Você, porém, está triste. Se ainda tem esta capacidade, é porque sua alma continua viva. E se sua alma continua viva, o Paraíso é possível.


Este post foi publicado em Todas, sábado, (25/04/2009), às 00h15. Deixe seu comentário.

sábado, 18 de abril de 2009

ARTE DOS FALSÁRIOS - NO SITE EM OUTRAS PALAVRAS.


O subprime foi um gigantesco esquema de Ponzi* - fraude em que, como na corrente da felicidade, ganha quem joga, até que a pirâmide invertida venha abaixo. Enquanto a bolha imobiliária americana cresceu, credores emitiram hipotecas ao deus-dará, bancos as enfeitaram com a emissão de títulos, maquiados pelas agencias de classificação de risco, que gestores de recursos compraram com dinheiro emprestado, contabilizando lucros não realizados. Fortunas se criaram e se perderam, mil vezes maiores que os US$ 50 milhões que Van Meegeren ganhou falsificando quadros de Vermeer e vendendo-os a museus na Holanda e a nazistas durante a 2ª Guerra Mundial. Frank Wynne conta essa história em Eu Fui Vermeer.De Beny Parnes, estrategista-chefe do BBM Investimentos, recebi o livro e a recomendação de traçar paralelos entre os desvarios do mercado financeiro na última década e os do falsário holandês na metade do século 20.O sucesso do falsário depende de dois elementos: avanço da tecnologia e desejo da vítima de se deixar enganar. O avanço técnico no caso de Meegeren foi a baquelita, primeiro plástico para fins comerciais, que lhe permitiu substituir o óleo vegetal como veículo na pintura. Com ela obteve o endurecimento da tinta, necessário para mantê-la inalterada em testes de autenticidade. No caso do esquema financeiro, a inovação tecnológica combinou derivativos com artimanhas de controle de risco, como a securitização que transformava em títulos AAA empréstimos hipotecários - cuja qualidade era tão ruim que até mesmo Alan Greenspan, depois do desastre consumado, se confessou em estado de choque.Quanto ao segundo elemento necessário ao seu sucesso, Van Meegeren encontrou-o no desejo dos críticos de descobrir quadros de um período intermediário na obra de Vermeer. Apesar da pequena produção do pintor seiscentista, existe uma disparidade gritante de estilo e tema entre Diana e suas Companheiras (obra do artista jovem) e A Leiteira (o primeiro trabalho da maturidade). No vazio entre um e outro, os críticos imaginaram um Vermeer desaparecido, que uniria as duas fases. O falsário identificou o desejo dos críticos e o realizou.“Falsificações são um retrato cambiante dos desejos humanos. Cada sociedade falsifica as coisas que mais cobiça”, argumenta Mark Jones em The Art of Deception. No começo do século 21 o desejo era o de uma vida incompatível com os ganhos da economia real. A ganância incitava a crença na ausência de riscos, na morte da teoria do ciclo de negócios e no céu como limite para as taxas de crescimento.Beny Parnes observa: “Os agentes financeiros sabiam o que faziam. Ou quase todos. Com certeza não faltava consciência de seus próprios atos aos empacotadores de hipotecas e aos bancos que colocavam esses pacotes em suas carteiras de investimento. Os compradores dos ativos suspeitavam do que estava acontecendo. Mas o desejo de altos rendimentos gerava a crença em hipóteses bobas sobre risco e o incentivo para entrar no negócio e comprar o Vermeer de Meegeren”.Como dizia Maquiavel, “quem trapaceia sempre encontra quem se deixa trapacear, porque os homens cedem prontamente a desejos momentâneos”.A diferença entre a experiência dos falsários de hoje e a de Meegeren está na seqüela da trapaça. Meegeren agiu como indivíduo isolado. Preso, e depois absolvido, causou prejuízos e decepção a museus e seus freqüentadores, mas não um desastre econômico. No século 21 a ação coletiva de milhares de investidores produziu uma bolha hipotecária que mudou a alocação de recursos e terminou em catástrofe para o globo.


* Este artigo (editado pelo Freeman) é da economista e professora Eliana Cardoso. Foi escrito no início de Dezembro, antes da divulgação da notícia da prisão de Bernard Madoff que, através de seus fundos financeiros criou um verdadeiro esquema de Ponzi, fraudando aplicadores do mundo inteiro em pelo menos US$50 bilhões. Realmente, com esta enorme crise financeira, recheada de escândalos explícitos e pior, não explicitos, está na hora de pensarmos seriamente em manter nosso rico dinheirinho debaixo dos nossos colchões...
A pintura é (esperamos) do verdadeiro Vermeer - "A garota do brinco de pérola".

DESTRUINDO EMPREGOS - NO SITE EM OUTRAS PALAVRAS.


A realidade da crise traz várias dificuldades para o governo Lula, situação que, em si, já é um grande desafio para uma administração despreparada e só acostumada com ventos a favor.A mais visível dessas dificuldades é o desemprego e mostra bem a virada da situação: depois de meses anunciando recordes dos empregos formais – como se eles fossem os criadores da bonança - o governo agora precisa lidar com as demissões. E, em vez de atacar o problema, buscando soluções eficazes, procura culpados, ora na conjuntura internacional ora, nas empresas locais.O presidente, recentemente, manifestou-se indignado com as demissões na Embraer, reclamou de não ter sido avisado, chamou a diretoria da companhia e, não falou mais nada. Como em outras ocasiões, Lula parece esperar para que a situação se resolva por si. Por outro lado, para manter os holofotes, a Justiça do Trabalho mandou suspender as demissões e, também, chamou a empresa para uma reunião de conciliação.Tem sido sempre assim. Quando o presidente e seu governo resolvem agir, agem equivocadamente, com o velho espírito sindicalista, isto é, apenas reivindicatório. Não agem com postura pró-ativa em busca de soluções efetivas.Essas ações, além de demagógicas, só indicam o despreparo do governo e a postura de órgãos que só agem com o intuito de criar problemas para a economia real, não compreendendo que, no final, a resultante é sempre prejudicial para a própria sociedade e o país.Será que o governo se considera no direito de intervir na gestão de empresas privadas? A Embraer tem o governo entre seus acionistas (numa posição minoritária) o que, aliás, tem sido muito bom, para o governo, em termos financeiros.A Embraer também tem financiamentos do BNDES, em operações que o banco estatal sempre considerou boas e rentáveis. Trata-se de financiar a expansão e as exportações de uma companhia de ponta. É bom para a economia nacional, gera renda e empregos. Isso também não dá ao BNDES o direito de intervir na gestão da empresa, desde que ela esteja cumprindo seus contratos com o banco, como está.Mas a reação do presidente Lula diz o contrário. Tanto que os sindicatos, obviamente, foram pedir ao presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que ele vete formalmente as demissões. Como não há base legal para isso, resta a pressão política, inclusive sobre a Justiça do Trabalho.Esse ambiente todo gera duas consequências, ambas ruins.A primeira é que sinaliza e aumenta o risco de se investir no Brasil.Suponha que a empresa fosse, de algum modo, obrigada a manter os empregos e, com isso, sem vendas, passasse a acumular prejuízos. Quem pagaria?O que leva à segunda consequência possível: o balcão de favores. Ok, diria a diretoria, operamos no vermelho, mas em troca o governo poderia facilitar isto ou aquilo.Tudo considerado e, não se abrindo esse tipo de balcão, a Embraer vai manter as demissões pela simples razão de que não tem o que produzir com esse pessoal. Toda a ação do governo terá apenas criado um ambiente negativo, sem salvar os empregos.O que poderia ser feito, de concreto, para o problema do desemprego causado pela crise?Primeiro, de imediato, ampliar para todos os benefícios do seguro-desemprego. O que fez o governo? Anunciou que fará isso, mas apenas para determinados setores.O argumento oficial diz que tal medida só faz sentido nas áreas mais sensíveis à crise, mas a verdade é que não há dinheiro, já que o governo quer gastar recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) em outras atividades. O dinheiro do seguro-desemprego deveria ir apenas para isso.A segunda medida efetiva seria modificar a legislação de modo a ampliar o campo de negociação entre as empresas e seus trabalhadores. Advogados trabalhistas e especialistas no setor vêm dizendo, há anos, que as atuais leis que regulamentam as negociações são muito estreitas e inseguras. Para suspender contratos de trabalho ou reduzir jornadas e salários, por exemplo, a lei exige condições quase impossível de cumprir - que a empresa, por exemplo, esteja quase quebrada.As circunstâncias dessas demissões, nesse caso, são óbvias: o mercado de aeronaves despencou em todo o mundo. E, aqui entre nós, nenhuma empresa séria e competitiva demite sem razão. Mão de obra especializada e qualificada, como da Embraer, custa MUITO para formar.No sufoco, trabalhadores e empresas têm feito esses acordos ignorando algumas condições, o que pode gerar passivos trabalhistas. Nada impede, dizem especialistas, como José Pastore, que os trabalhadores ou mesmo o Ministério Público venham, no futuro, a contestar esses acordos e exigir pagamento integral de salários e atrasados. O que é um verdadeiro absurdo e demonstra o nível da insegurança jurídica vigente no pais. Por isso, muitas empresas, apesar do custo e da perda efetiva dessa mão de obra têm preferido ir direto para a demissão, sobretudo quando esperam uma crise prolongada.Na mesma linha, a ministra Dilma Rousseff – outra sumidade do presente governo - disse que a decisão da Justiça de suspender as demissões na Embraer e chamar uma audiência de conciliação dá à empresa uma oportunidade de negociar de maneira "mais humana". Disse ainda que a companhia deveria ter sido mais humana desde o início, já que foram "questões internacionais, e não nacionais, que a levaram a demitir".Vejam o absurdo da declaração (que mostra, bem, o nível desse governo). Mais uma vez, aparece a obsessão de culpar alguém, além de algo muito estranho: quer dizer que, se as causas fossem nacionais, a empresa não precisaria ser mais humana?Da "conciliação" da Justiça do Trabalho pode resultar o quê? Alguns benefícios adicionais aos demitidos? Mas não os empregos, que poderiam ser salvos, ao menos em parte, se as leis trabalhistas fossem mais realistas, beneficiando empregados, empresa e o próprio país.


O artigo original é do jornalista Carlos Alberto Sardenberg. Está significativamente modificado pelo Freeman.

POESIAS DE SARAMAR NO SITE :http://abrindojanelas.blogspot.com/

NOITE


Sonho
e a noite se abre,
arca de milagres
e coloridos filmes
de bailarinas.


Sonho
e o amor se apresenta,
arca de milagres
e a flor da pele tingida de anseios,
arrepia-se.


Sonho
e sei que voltas
toda noite...


Imagem: Eugene Carriere

Postado por Saramar às 14:38, EM 30/03/09.

SUBITO

Nem posso dizer que fui feliz

Não houve tempo para nada

enleada de suas palavras

envolta em desejos e sonho.



Nosso amor foi revoada

de pássaros em migração

ou miragem desses meus

sentidos cansados de tanta solidão?

Não houve tempo para nada

nem sei que músicas embalam

seu sono sem mim.

Nem sei se sonha ou se passa a noite

em claro, como tateio a madrugada

de saudade em saudade.

Inesperado, veio e se foi, súbito.



Pouco conheci de suas mãos

senão o fogo onde ardo, deixado

assim como nada, em meus vãos.

Pouco entendi dos silêncios seus

e, das palavras todas que me disse,

apenas uma ouço agora: Adeus!


Imagem: Bouguereau



Postado por Saramar às 00:32, EM 08/03/09.

ESPERA

O amor espera em silêncio.

Além e antes,

a flor de todos os espinho

saber-se a cada sol

ainda que o dia,

sob plúvios,

pareça lamentar minhas feridas.

Presa a alma nestes lamentos,

creio, entretanto,

em outras cores

e nos eflúvios novos

de outra primavera.

Sei do céu, dos seus caminhos azuis

onde já passei um tempo

que era todos os tempos.

Por isso, creio enquanto......

o amor espera.

Silêncio!

Postado por Saramar às 11:07, em 13/03/09.

O CARÁTER NACIONAL - SITE EM OUTRAS PALAVRAS.


Lembram-se do recente episódio da advogada Paula Oliveira, que mentiu às autoridades suíças sobre um suposto ataque que teria sofrido de neonazistas?Bem, não sei em você, mas em mim provocou um profundo mal-estar. Como agora se sabe, não só o ataque não ocorreu, como também ela não sofreu o alegado aborto de dois bebês. Simplesmente não estava grávida.Por que o mal-estar diante do fato? Primeiro, porque ele reforça a impressão de que nós brasileiros não somos confiáveis. E, mais importante, porque o preconceito talvez não seja de todo destituído de fundamento.É certo e óbvio que não somos todos mentirosos. E também não é correto fazer generalização sobre o "caráter" de um povo. Mas quem de nós brasileiros, com algum grau de consciência e noção de ética, há de negar que uma malandra propensão a driblar a verdade, embrulhá-la em artifícios retóricos ou escondê-la nas dobras de histórias mal contadas é um traço do modo de ser deste país? Não raro socialmente valorizado como esperteza, "manha" ou “jeitinho brasileiro”.Não há no Brasil, a começar pelo exemplo cotidiano dos governantes e das autoridades do Estado, o respeito às regras de conduta, às leis estabelecidas, e ao certo e o errado.Nessa matéria, a nossa marca tem sido a ambigüidade. Na esfera pessoal e privada, a ambigüidade pode ser útil para evitar conflitos ou deixar certo espaço para adaptação de regras e práticas a circunstâncias e contextos variáveis. É tênue, porém, a fronteira entre a ambigüidade inofensiva e a dissimulação deletéria - pela omissão, negação ou distorção dos fatos - a serviço da transgressão, do embuste ou da fraude.O traço "cultural" da ambigüidade, em suas modalidades mais e menos benignas, reflete estratégias de sobrevivência e dominação que vêm de longe. Entre nós, difundiu-se essa prática como um estratagema recorrente para driblar, por bons ou maus motivos, os obstáculos num, muitas vezes kafkiano, universo das obrigações burocráticas. Via de regra as impostas pelo Estado.Aliás, não é se não pela excessiva interferencia e pelo “peso” do Estado nas costas da sociedade, que essa má conduta difundiu-se e, fez crescer, de forma endêmica, a corrupção no Brasil. Não há a menor duvida que o Estado e seus agentes são os grandes incentivadores e corruptores da Nação. Criam dificuldades de toda a ordem à vida dos cidadãos para em seguida, venderem facilidades... E o fazem como forma de manter “no cabresto” toda a sociedade, que, dessa forma, depende dos “favores” dos políticos e dos burocratas para quase todas as atividades. Do último subalterno das prefeituras, aos titulares das instituições federais.Se as exigencias burocraticas fossem menores, se os impostos fossem menos escorchantes, pouco disso subsistiria.Visto em conjunto, esse panorama revela a escassa experiência histórica dos brasileiros com o que no mundo anglo-saxão se chama "rule of law", o império da lei. Não apenas o conjunto de leis, mas a sua aplicação isonômica, eficiente, à todos os cidadãos. Nada mais essencial ao ideal democrático.Os anglo-saxões não mentem menos na esfera pública porque são congenitamente mais virtuosos, mas sim porque aprenderam que a mentira ou a omissão tem custos que podem trazer grandes desvantagens, diante de um sistema legal que opera com um razoável grau de equidade e eficiência. Além disso, via de regra, há um bom exemplo das autoridades constituidas.Em nenhuma outra área da vida brasileira a mentira ganhou tantas pernas e o embuste tantas formas quanto na política, sobretudo na ampla zona de interseção em que ela se encontra e se mistura com os negócios públicos e privados. Não sejamos ingênuos: em nenhum lugar do mundo os ideais da "transparência na política" e da separação entre a política e os negócios se concretizaram plenamente. E em nenhum lugar os protagonistas falam com absoluta sinceridade sobre como o jogo é jogado, mesmo diante das evidências mais claras. Mas convenhamos que no Brasil o desapego à verdade dos fatos chegou a extremos.Os partidos políticos tornaram-se o emblema dessa enfermidade, e a contribuir ativamente para propagá-la. O discurso não apenas perdeu substância, como se tornou, na média, espantosamente cínico. E para manterem o “status quo” esmeram-se em proteger um sistema eleitoral viciado, deturpado e de uma representatividade duvidosa...O que precisamos fazer para amenizarmos, pelo menos, os efeitos públicos desse “caráter nacional”?Criar filtros que possam minimamente separar o joio do trigo e, democraticamente, depurar a vida política do País. Para tanto, reformas e ajustes institucionais são absolutamente necessários. Mas elas só se farão, infelizmente, pela pressão da sociedade, e não pelo virtuosismo dos políticos...E é preciso acharmos um meio das instituições atuais serem céleres e capazes de condenar, com eficácia, os que roubam dinheiro público e praticam outros atos lesivos a sociedade, ou será muito difícil reverter, democraticamente, a tendência acentuada de degeneração da vida pública, no Brasil. E como sabemos, a depuração dos costumes políticos por via não democrática, via de regra, leva ao arbítrio, e não à solução dos problemas que diz atacar.


O artigo original é de Sérgio Fausto, coordenador de Estudos e Debates do iFHC, está significativamente alterado pelo Freeman.

REINICIAR - RAMÃO AGUILAR / POESIA.


Na minha caminhada,

Natural da vida,

Criei um hiato

Entre o tempo e a distância.

Entre estes dois pontos,

Que limitam o ser finito,

Ficou distante à distância,

O tempo ficou mais curto.

Contra este estado mórbido,

Insurgi,

Diante deste colapso,

Ressurgi.

De regresso pelas trilhas,

Nunca antes percorridas,

Rumo à alvorada de uma nova vida.


Poesia criada em 25/10/08, às 17:35 h.

Chuva - RAMÃO AGUILAR / POESIA.


Chove...

Chuva mansa,

Deslizando do céu de anil,

Espraia na mãe-terra,

Ela faceira agradece,

Espargindo seu perfume,

Na atmosfera.

A aragem da chuva,

Cai no meu coração,

Sem inspiração, sem sentimento,

Parece que desaprendeu amar.

Será que foi algum acidente,

Algum cataclismo da natureza,

Sem identificação aparente,

Para tornar-se apático e insensível.

Apenas músculos, veias e artérias,

A bombear sangue para o corpo,

Para dar vida à matéria,

Pra um futuro reencontro.

Chove...

Chuva mansa no meu canto,

Minha alma está seca,

Será de felicidade,

Quando encontrá-la?

Chove...


Criada por Eamão Aguilar em 08/03/09, às 21:24 h.

A NOVA ORDEM MUNDIAL - BLOG DO EMPREENDEDOR.COM


Olhamos para fora, olhamos para dentro, e agora o que fazer?
Segundo Martin Wolf, colunista do jornal britânico Financial Times, considerado por muitos como o mais influente jornalista financeiro do mundo, em entrevista a Revista Época Negócios, de fevereiro de 2009, a opção que nos resta é construir uma economia global mais equilibrada, com os países desenvolvidos se unindo aos países emergentes para reequilibrar as finanças internacionais ou o sistema se desintegrará.
Na conclusão da sua entrevista afirmou:
“ Vivemos a maior crise das últimas sete décadas, e tudo deve ser feito para evitar que a inescapável recessão se transforme em algo pior. Mas é impossível eliminar a hipótese de crises, já que nem os mercados nem os governos podem ser perfeitos.”
Somando a sopa de letrinhas, a proposta é:
- Ao final de todo esse processo teremos uma nova ordem mundial, que será consolidada com o redesenho do sistema financeiro mundial, mais responsável, mais regulamentado e as empresas já ajustadas em porte e volume de produção para as novas demandas dos consumidores, bem mais modestas.
As pessoas tenderão a repensar o consumo desenfreado e se preocuparem mais com ter reservas financeiras, é a era da frugalidade, comprar somente o necessário, viver com o mínimo.
Isso é a redenção, será que vamos conseguir?

Publicação arquivada em: Gestão Financeira.

OLHANDO POR DENTRO DAS OPORTUNIDADES - BLOG DO EMPREENDEDOR.COM

As dificuldades pelas quais passam as empresas neste momento são uma prova de fogo e um verdadeiro teste de resistência.
Ocorre que, se investigado mais a fundo encontraremos empresas vitoriosas, que contrataram bastante nos últimos anos, em virtude do crescimento e necessitam realmente de ajustes em função da queda nas vendas.
Por outro lado
encontraremos empresas que já vinham com problemas, principalmente financeiros e de mercado e que aproveitaram a crise atual para embalar esses problemas e não mais pagar fornecedores, empregados e demais parceiros, numa clara manobra de oportunismo, que se transforma ao final num pedido de recuperação judicial.
Tem inclusive empresas que já se utilizaram deste recurso no passado e agora, novamente, recorrem à alternativa da recuperação judicial como último suspiro, bsta ver os relatos nos jornais diários.
Diria que, algumas empresas são uma grande aventura, onde os gestores se aproveitam de bons momentos do mercado como o que acabamos de assistir e criam negócios com bases frágeis, estruturas artificiais e que acabam ruindo quando as condições do mercado se tornam mais áridas e exigem mais dos modelos de negócios implantados e de um correto gerenciamento.
Seremos espectadores, neste ano de 2009, de uma quantidade acima do normal de aquisições de empresas em dificuldades por concorrentes em melhores condições e também da saída do mercado de competidores que não estavam preparados para o jogo real que teremos pela frente.
Isso representará uma perda para os que saem, mas deixará um sem número de oportunidades para aqueles que estiverem atentos, isto significa:
- Pode ser a sua chance!!!




Publicação arquivada em: Novos Negócios, Estratégia, Capital Humano.

USINA DE IDEIAS - SITE DO EMPREENDEDOR.


Quando o capital encontra a oportunidade está desenhado o casamento perfeito e nada mais poderia atrapalhar o surgimento de um novo negócio.
Que bom se assim fosse, mas as grandes idéias muitas vezes estão no estado bruto e até chegarem ao ponto de se transformarem num negócio de verdade passam por um longo período de lapidação.
A lapidação nada mais é do que
um processo de refinamento da idéia, para que ela apresente seu verdadeiro brilho a ponto de encantar e despertar o real interesse dos detentores do capital em apoiar esse novo negócio.
O que observo no dia a dia é que o empreendedor que tem a capacidade de criar novas propostas de negócios e identificar oportunidades não tem a mesma habilidade para traduzir essas idéias de forma que elas convençam.
Geralmente o criador costuma estar a “mil por hora” nas suas idéias e isso dificulta que ele se concentre numa única proposta. É como o pintor de quadros habilidoso que tem toda a sua energia voltada para a arte, ele não consegue identificar o real valor de suas pinturas, sua vida é transpirar a criação de novos temas e seu dom é artístico. Quando ele encontra um bom marchand sua arte se transforma num negócio lucrativo.
Conheço empreendedores que são uma usina de idéias, só que com a torneira do tanque aberta, não conseguem represar nada, criam, jogam no ar, a idéia se perde e partem para outras viagens, assim vivem sem nada concretizar…
A habilidade para identificar uma oportunidade está mais relacionada a percepção aguçada e sensibilidade a flor da pele, já o detalhamento de uma proposta e sua tradução em números é uma habilidade essencialmente técnica, pede senso crítico apurado e capacidade de fechar o foco.
Raros são os caso onde a sensibilidade extrema para identificar oportunidades habita no mesmo corpo humano que também sabe fazer um detalhamento técnico de qualidade.
Já uma habilidade fundamental a todos nesse processo de criação de um novo negócio, seja em vôo solo ou com parcerias é a capacidade de relacionar e saber ouvir, sem elas não se vai a lugar algum.
Cresci escutando o dito popular: “ Deus não da asas para cobra” e isso apesar de simples e banal é uma grande verdade, imagine se o criador das idéias tivesse a capacidade técnica de refinar essas idéias e torná-las aplicáveis e ainda por cima detivesse capital de sobra para colocá-las em prática.
Acredito cada dia mais que essa necessidade das pessoas dependerem uma das outras para a criação de negócios vitoriosos é que torna tão fascinante e desafiadora a prática do empreendedorismo.

Publicação arquivada em: Novos Negócios, Estratégia.

TREM DE ALTA VELOCIDADE, A OPORTUNIDADE A MIL!


O Trem Bala que ligará a cidade de São Paulo/SP ao Rio de Janeiro/RJ está cada dia mais próximo de se tornar realidade.
Desde o anuncio da idéia em 2008 várias etapas já foram cumpridas. A mais recente foi a conclusão de estudo realizado por uma empresa inglesa especializada no assunto, sob encomenda do governo federal, o qual comprova a viabilidade econômico-financeira do projeto, que estima transportar entre 8 e 10 milhões de pessoas por ano.
O trajeto partirá da cidade de Campinas/SP, passando por São Paulo/SP, São Jose dos Campos/SP, uma parada numa cidade do interior do estado do RJ (a definir Resende, Barra Mansa ou Volta Redonda), chegando ao Rio de Janeiro/RJ, estão previstas oito estações ao longo do trajeto.
O investimento total previsto é de US$ 11 bilhões e a expectativa de conclusão é para 2014, antes da abertura da copa do mundo no Brasil.
Serão 28 mil pessoas por dia que utilizarão os serviços de transporte, é muita gente em trânsito, com dinheiro no bolso, consumidores em potencial.
Pensemos juntos algumas em situações que poderão ocorrer:

Qualquer paulistano que hoje gaste mais do que 30 minutos no trajeto de casa ao trabalho no centro da cidade de São Paulo, poderá se mudar com sua família para as cidades de São José dos Campos ou Campinas e ir trabalhar no centro da capital paulista consumindo os mesmos 30 minutos no trajeto cidade - capital utilizando o trem bala.
Qualidade de vida, com um custo de moradia menor, deixando para traz o stress do trânsito.
Se considerarmos, por exemplo, que a região metropolitana de Campinas é composta por 19 cidades, esse imigrante da capital paulista poderá residir numa dessas 19 cidades e curtir uma pacata vida interiorana, se juntando a uma população estimada em 2.633.523 habitantes, segundo IBGE 2007 com um PIB de R$ 58 bilhões/ano.
Na via inversa, essa mesma população da região metropolitana de Campinas/SP que receberá os imigrantes paulistanos poderá nos finais de semana ir à cidade de São Paulo, em 20 ou 30 minutos, fazer compras, assistir a uma boa peça de teatro e jantar, tomar um bom vinho e ao final retornar sem se preocupar com a lei seca.
Outra hipótese seria sair de Campinas/SP no sábado de manhã, e ir curtir uma passeio cultural na cidade do Rio de Janeiro, com direito a uma praia, se for no verão.
São Paulo e Rio de Janeiro já são grandes metrópoles, estão com suas economias consolidadas, mas nem por isso deixarão de ser beneficiadas, no mínimo serão menos carros nas ruas e mais turistas para apreciar beleza das duas grandes metropoles.
Já as demais cidades, diria que, a cada estação teremos pelo menos mil oportunidades de negócios a espera de novos empreendedores.
Para quem se habilitar, o tempo estará a favor, serão de três a cinco anos para estudar, pesquisar e se preparar para se tornar um empreendedor de verdade!

Publicação arquivada em: Novos Negócios / SITE DO EMPREENDEDOR.COM

QUANDO A LUZ VERMELHA ACENDE - BRUNO MEDINA EM INSTANTE POSTERIOR.


Penumbra, silêncio. Dentro do hermético e diminuto espaço ressoa apenas o som do pensamento. Quanta solidão. A lâmpada vermelha se ilumina, é chegada a hora de responder. “Sim” ou “Não”, qual a escolha acertada? Depende. “Mas se eu estiver trocando a bicicleta por uma banana?”. Azar. “O relógio está correndo. Então, o que vai ser?”.
Os leitores veteranos deste blog devem ter percebido que o trecho acima faz alusão ao quadro de um conhecido e antigo programa televisivo. Pois durante boa parte da infância eu, como tantos outros de minha geração, fantasiei estar dentro daquela cabine, de onde era possível sair consagrado ou humilhado, a depender do que fosse respondido. A brincadeira consistia exatamente nisto; decidir entre “sim” e “não” ao acaso, sem ouvir o que estava sendo oferecido.
Não havia mérito a ser recompensado que não a sorte, portanto a graça estava mesmo em assistir as crianças do auditório se descabelarem pelas escolhas absurdas. E toda vez que alguém trocava o videogame por uma chupeta ou um relógio quebrado era aquele desespero, porque cada um de nós pensava: “fosse eu lá, dentro da cabine, as coisas teriam sido diferentes”. Por motivos um tanto óbvios a situação descrita foi ao que me remeteu o drama vivido pelo jogador Adriano, que a esta altura já transcende à própria esfera esportiva.
A questionável atitude de por em xeque uma promissora carreira em nome de estar mais próximo da família e dos amigos tornou-se um daqueles temas sobre o qual quase todo mundo tem opinião. O engraçado é constatar que neste caso, também como no programa, o grande espetáculo tem sido proporcionado por quem o assiste.
Nas mesas redondas, nas mesas de bar –e até na mesa da cozinha- calorosas discussões mobilizam gente que pouco entende do assunto, enquanto o maior interessado parece estar sereno e confiante em sua decisão. Fosse Adriano um vendedor de peças automotivas a desistir do emprego por ter sido transferido para uma cidade distante da sua, provavelmente o índice de compreensão atribuível à sua escolha seria bem diferente.
Povoam o imaginário coletivo os milhões relativos ao contrato rompido, a mansão e o suposto glamour do qual desfrutava em Milão. Para alguns há uma dose de desdém e irresponsabilidade no discurso do jogador, endossado pelo aparente desprendimento com que em breve trocará a riqueza pela vida simples da favela. De certa maneira, Adriano pode ter frustrado os milhares de meninos que almejam ter uma chance de ascender nos idílicos gramados europeus. É como se dissesse: “fui lá viver o seu sonho e não gostei, prefiro o que vocês tem aqui”.
Taí uma coisa difícil de se fazer entender. Como a dura rotina da Vila Cruzeiro pode ser melhor do que as mordomias de Milão? Aos olhos de muitos brasileiros ele trocou de maneira consciente a bicicleta pela banana, e este é um desfecho absolutamente inesperado para a conhecida história. O ponto na curva em que a vida real o aproxima de um personagem de ficção. Arrisco-me a dizer que este revés no enredo tem a capacidade de se transformar no evento mais lírico presenciado nos últimos tempos. Afinal, em tese, Adriano é o cara que abriu mão do luxo para viver na pobreza, entre os seus.
Tomado pelo alívio da resolução, aparece na TV, de bermuda e chinelos, para reclamar da pressão que sentia na Itália. “E eu, não tenho pressão no meu trabalho também?”, grita um sujeito de dentro do bar. Passado o olho do furação, nem a companhia dos entes mais queridos evitará que o Imperador seja julgado por seus atos. A começar pela falta de lisura profissional evidenciada no episódio, o contrário do que deveria se esperar de um jogador de sua estirpe.
Abandonar um dos principais times do mundo durante um campeonato em curso com certeza não é uma atitude que facilitará suas futuras pretensões no futebol. Portanto, para voltar a ser grande, terá que provar estar recuperado. E quando isto acontecer, seus frequentes deslizes disciplinares não mais serão encarados como válvula de escape. Pensando bem, não vai ser nada fácil ser o Adriano daqui para frente. Digno de ser submetido a tratamento psicológico ou de merecer uma medalha pela coragem demonstrada? Nem um nem outro.
Sozinho, dentro da cabine, a lâmpada vermelha acendeu. Ele respondeu.

Este post foi publicado em Instante Posterior, terça-feira, (14/04/2009), às 09h35. Deixe seu comentário.