sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

HISTORIA DE MANAUS.

TROPICAL BUSINESS MANAUS, ÀS MARGENS DO RIO NEGRO E ORLA DA PRAIA DE PONTA NEGRA.

Minha cidade,Manaus, é motivo de muito orgulho e amor à esta terra, na qual nasci, criei-me e onde ate hoje moro.Tenho orgulho e dignidade de ser amazonense,sim!Minha terra é considerada o pulmão do mundo por esta floresta exuberante e magica, por isso, gostaria de mostrar a voces um pouco da historia desta cidade, que de um pequeno vilarejo hoje é considerada uma metropole regional e que cresce vertiginosamente com o progresso moderno.Espero que todos que visitarem esta pagina fiquem conhecendo bem mais sobre esta cidade tão fascinante e calorosa de hospitalidade,sempre de braços abertos a todos aqueles que aqui aportam e visitam.
HISTORIA DE MANAUS
A região onde está o Estado do Amazonas nem sempre pertenceu por direito a Portugal. Era parte integrante da Espanha, nos primeiros anos que sucederam ao descobrimento da América, mas foi ocupada e colonizada pelos portugueses.
A 03 de junho de 1542 o Rio Negro foi descoberto por Francisco Orellana que lhe pôs o nome.
O período de povoação da Amazônia inicia entre os anos de 1580 a 1640, época em que Portugal e Espanha permaneceram sob uma só coroa, tendo os portugueses penetrado no vale amazônico, sem desrespeito oficial aos interesses espanhóis.
No período de 1637 a 1639 o explorador Pedro Teixeira, que tomou posse da região em nome da Coroa Portuguesa, partiu com uma expedição de Cametá-Pará, através do Rio Amazonas até a cidade de Iquitos, no Peru.

Devido aos interesses comerciais portugueses que não viam na região a facilidade em obter grandes lucros a curto prazo, pois a região era de difícil acesso e desconheciam a existência de riquezas (ouro e prata), a ocupação do lugar, onde se encontra hoje o município de Manaus, foi demorada.
As primeiras manifestações de ocupação da região ocorreram através das tropas de resgate que, com objetivo de capturar escravos, invadiram a região à caça dos indígenas. Ao redor do pouso das tropas, constituiam-se os aldeamentos dos índios que em seguida eram pacificados pelos religiosos.
Outra causa para a colonização da região foi a de impedir a intromissão dos inimigos (estrangeiros) da Coroa Portuguesa.
A primeira forma de ocupação da região (cidade de Manaus) aconteceu com tropas de resgate comandadas pelo Cabo Bento Miguel Parente que saiu de São Luíz no Maranhão, em 22 de junho de 1657, acompanhado de dois padres: Francisco Veloso e Manuel Pires. A tropa fixou-se por algum tempo na foz do Rio Tarumã, onde foi fincada uma cruz e como de costume foi rezada uma missa.
Outra tropa de resgate que ocupou a região, partiu do Maranhão em 15 de agosto de 1658. Nesse período as tropas de resgate já procuravam também, além dos indígenas, as chamadas drogas do sertão. Os indígenas tinham suas aldeias saqueadas, aqueles que se rebelavam eram mortos, pois não pretendiam tornarem-se escravos.
O capitão Pedro da Costa Favela, caçador de índios, ao retornar ao Pará em 1668, aconselhou o governador Antônio Albuquerque Coelho de Carvalho sobre a necessidade tática de guarnecer a região contra o assédio dos holandeses e espanhóis. Seria necessária a construção de uma fortaleza que resguardasse o Rio Negro das incursões inimigas.
A tarefa de construir um simulacro de fortaleza foi confiada a Francisco da Mota Falcão auxiliado pelo filho Manuel da Mota Siqueira.
Erguida, em 1669, em pedra e barro, sem fôsso e na forma quadrangular. Possuía dois canhões de bronze e dois de ferro que guarneciam as cortinas. A fortaleza foi chamada de Forte de São José da Barra do Rio Negro. O Forte ficava precisamente a três léguas da foz do Rio Negro, mais ou menos, no local onde se encontrava o antigo edifício da Fazenda Pública. E a duas léguas ficava a tapera dos Tarumãs.
O forte desempenhou sua missão durante 114 anos. Foi o seu 1º comandante o capitão Angélico de Barros.
Os primitivos habitantes dessa área, onde se encontrava o forte de São José da Barra do Rio Negro, foram as tribos: Manáos, Barés, Banibas e Passés, muitos dos quais ajudaram na construção do Forte, por influência dos religiosos portugueses e passaram a morar nas suas proximidades em palhoças humildes.
A tribo dos Manáos, considerada orgulhosa pelos portugueses, negava-se a ser dominada e servir de mão-de-obra escrava, entrava em confronto com os habitantes do Forte. Essas lutas só terminaram quando os militares portugueses começaram a ligar-se aos Manáos através de casamentos com as filhas dos Tuxauas. Um dos líderes dos Manáos foi o indígena Ajuricaba que se opôs a colonização dos portugueses e que, no entanto, apoiava os holandeses: Ajuricaba foi aprisionado e enviado ao Pará. Sua morte ocorreu, em situação misteriosa, durante a viagem.
Sobre os nossos antepassados indígenas foi realizado, devido à colonização portuguesa, um trabalho de esquecimento ou tentativa de apagar seus traços e obras históricas. Podemos notar isso pela destruição feita ao cemitério indígena, onde se encontra, atualmente a praça D.Pedro II e o Palácio Rio Branco. Quando o governador Eduardo Ribeiro remodelou a praça e mandou nivelar as ruas que a contornavam, grande números de igaçabas foi encontrado e atualmente não existe nenhum marco indicando a sua existência.
As habitações daquele período eram feitas em barracas de palhas inajá e de buço, algumas de paredes revestidas em taipa socada e outras em estilo palafitas que ficavam nas margens dos igarapés.
A população formada por indígenas e brancos cresceu tanto que em 1695 os missionários carmelitas, juntamente com os franciscanos, jesuítas e mercedários (encarregado de catequizar os índios e impedir as guerras) resolveram erguer uma capela nas proximidades do Forte de São José da Barra do Rio Negro, onde recebeu o nome de Capela de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Manaus.
A Carta Régia, de 03 de março de 1755, criou a Capitania de São José do Rio Negro, no governo de Francisco Xavier de Mendonça Furtado, cuja sede estabeleceu-se em Mariuá, Barcelos.
Temeroso de invasões espanholas, o governador Manoel da Gama Lobo D'Almada transferiu a sede de Barcelos para o Lugar da Barra (ponto mais estratégico) em 21 de setembro de 1791. Com esse feito, o lugar adquiriu grande prestígio e progresso.
O Lugar da Barra perde seu "status" político-administrativo sob influência de D. Francisco de Souza Coutinho, Capitão-Geral do Grão Pará, que inicia campanha contra a mudança de sede, o que leva a ser desfeito o ato através da Carta Régia de 22 de agosto de 1798, e em maio de 1799, a sede volta a Barcelos. Em conseqüência da perda de seu "status", tornou-se inevitável a decadência do Lugar da Barra. Em outubro de 1807, o governador da Capitania, José Joaquim Victório da Costa, deixa Barcelos transferindo a administração da Capitania definitivamente ao Lugar da Barra.
A partir de 29 de março de 1808, o Lugar da Barra voltaria a ser sede da Capitania de São José do Rio Negro (após proposta de D. marcos de Noronha Brito, ao penúltimo governador Capitão de mar-e-guerra José Joaquim Victório da Costa).
Através do decreto de 13 de novembro de 1832, o Lugar da Barra passou a categoria de Vila, já com a denominação de Vila de Manaus, nome que manteria até o dia 24 de outubro de 1848. Com a Lei 145 da Assembléia da Provincial Paraense adquiriu o nome de Cidade da Barra do Rio Negro, em vista da vila ter assumido foros de cidade, cidade de Nossa Senhora da Conceição da Barra do Rio Negro. A 05 de setembro de 1850 foi criada a Província do Amazonas pela Lei Imperial nº 1592, tornando-se a Vila da Barra do Rio Negro. Foi seu primeiro presidente o ilustre João Batista de Figueiredo Tenreiro Aranha, nomeado em 27 de julho de 1851, que instalou oficialmente a nova unidade provincial a 1º de janeiro de 1852, cuja situação de atraso melhorou bastante. Foi criada a Biblioteca Pública. O 1º jornal foi fundado em 05 de setembro, mas sua primeira edição só circulou a 03 de maio de 1851 já com o nome de "Estrêla do Amazonas", de propriedade do cidadão Manuel da Silva Ramos. Tornaram-se ambos, as bases do desenvolvimento da cultura local, junto ao teatro e escolas profissionais.
A 04 de setembro de 1856 pela Lei nº 68, já no decurso do 2º governo, que era Herculano Ferreira Pena, a Assembléia Privincial Amazonense dá-lhe o nome de Cidade de Manaus, em homenagem a valente nação indígena Manáos.
Frente da Manaus antiga,ao fundo, a Praça da Matriz.
Porto de Manaus no inicio do século XX,ao fundo,Mercado Adolpho Lisboa.

Area de transito de cargas e passageiros no Porto de Manaus antiga.

Avenida Eduardo Ribeiro no inicio do seculo XX,ao fundo, as torres da Igreja da Praça da Matriz.

Praça antiga de Manaus,onde antes ficava a Prefeitura Municipal e o predio da Assembleia Legislativa do Estado.
AVENIDA EDUARDO RIBEIRO NO INICIO DO SECULO XX.



Fonte:INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da AmazôniaResponsável: Dr. Carlos R. Bueno - Coordenação de Extensão.

******************************************************************

MANAUS ATUAL E MODERNA.


ESTADIO VIVALDO LIMA E ADJACENCIAS.

GINASIO POLIESPORTIVO ARENA AMADEU TEIXEIRA.

TROPICAL BUSSINESS MANAUS NA ORLA DA PRAIA DE PONTA NEGRA.

VIADUTO DO BOULEVARD AMAZONAS COM AVENIDA DJALMA BATISTA.
COMPLEXO VIARIO DE FLORES.
BOLA DO COROADO,LOCAL ONDE TA SENDO CONSTRUIDO UM DOS NOVOS VIADUTOS NA CIDADE DE MANAUS.

VIADUTO MIGUEL ARRAES NA RUA RECIFE,BAIRRO PARQUE 10.
RUA MACEIO E SUA INTERLIGAÇÃO COM O VIADUTO MIGUEL ARRAES.

GRANDE TRANSATLANTICO ANCOURADO NO PORTO DE MANAUS.

CENTRO DE MANAUS, TENDO AO FUNDO O TEATRO AMAZONAS E A BAIA DO RIO NEGRO E PORTO DE MANAUS.

PRAIA DE PONTA NEGRA,CARTÃO POSTAL DE MANAUS, E SUA ORLA FLUVIAL E O CONJUNTO DE PREDIOS RESIDENCIAIS EM SUA AVENIDA.
PREDIOS RESIDENCIAIS NA ORLA DO CALÇADÃO DA PRAIA DE PONTA NEGRA.
VISTA DO RIO NEGRO,PRAIA DE PONTA NEGRA E SEU COMPLEXO DE PREDIOS RESIDENCIAIS.
PASSAGEM DE NIVEL DA RUA PARAIBA,BAIRRO ADRIANOPOLIS.
PRAIA DE PONTA NEGRA À NOITE.
MAQUETE DA PONTE QUE LIGARÁ MANAUS AO MUNICIPIO DE IRANDUBA.UMA LINDA E ARROJADA OBRA DO GOVERNO DO ESTADO.
PORTO FLUTUANTE DE MANAUS.RECEBE UM GRANDE FLUXO DE CARGA E PASSAGEIRO E GRANDES EMBARCAÇÕES DE DIVERSOS CALADOS.
TEATRO AMAZONAS E SEU INTERIOR NA SALA DE ESPETACULOS E APRESENTAÇÕES.
MAIS UMA VISTA DO TROPICAL BUSSINESS MANAUS E ORLA DA PRAIA DE PONTA NEGRA.
AVENIDA EDUARDO RIBEIRO,CENTRO DE MANAUS, À NOITE.
INICIO DA CONSTRUÇÃO DA PONTA MANAUS-IRANDUBA, NO MUNICIPIO DE IRANDUBA.
ARQUIPELAGO DE ANAVILHANAS, LINDO E DESLUMBRANTE ESPETACULO DA NATUREZA AMAZONICA.
ENCONTRO DAS AGUAS DOS RIOS NEGRO E SOLIMÕES FORMANDO O RIO AMAZONAS DAI EM DIANTE.
CASA FLUTAUANTE NOS ARREDORES DE MANAUS.PAISAGEM VIVA DOS RIBEIRINHOS DA AMAZONIA.
UM DOS PARQUES URBANOS DE MANAUS.
FLORESTA NOS ARREDORES DE MANAUS.
VITORIA-REGIA, UM DOS SIMBOLOS DA FLORA AMAZONICA.
RUA DO "BATE-PALMAS",NA MARECHAL DEODORO,CENTRO COMERCIAL DE MANAUS.
TERMINAL DE PASSAGEIROS E ONIBUS COLETIVOS NO CENTRO DE MANAUS, EM FRENTE AO PORTO FLUTUANTE E IGREJA DA MATRIZ.
MERCADO MUNICIPAL ADPLPHO LISBOA.
FEIRA COBERTA DA AVENIDA MANAUS MODERNA.

INTERIOR DO MERCADO MUNICIPAL ADOLPHO LISBOA.
PRAÇA DA MATRIZ EM FRENTE A CATEDRAL DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO,NO CENTRO DE MANAUS.
FEIRA DO ARTESANATO NA AVENIDA EDUARDO RIBEIRO, AOS DOMINGOS PELA MANHÃ.
DETALHES DAS BARRACAS DA FEIRA DO ARTESANATO NA AVENIDA EDUARDO RIBEIRO.
COLARES E BIJUTERIAS CONFECCIONADOS E VENDIDOS NA FEIRA DO ARTESANATO,AOS DOMINGOS,NA AVENIDA EDUARDO RIBEIRO.
TUCUNARE NA BRASA, PRATO TIPICO DA REGIÃO.
AVENIDA BOULEVARD ALVARO MAIA À NOITE, VISTA DO HOTEL SLASS.
INTERIOR DO AMAZONAS SHOPPING, AINDA O MAIOR SHOPPING CENTER DE MANAUS, MAS JA TA SENDO CONSTRUIDO OUTRO MAIS AMPLO E MODERNO NA AVENIDA RECIFE, O MANAUARA SHOPPING CENTER.
IGREJA DE SÃO SEBASTIÃO, EM FRENTE A PRAÇA DE SÃO SEBASTIÃO E TEATRO AMAZONAS.
TEATRO AMAZONAS,LOCALIZADO ENTRE AS RUAS EDUARDO RIBEIRO,10 DE JULHO,JOSE CLEMENTE E PRAÇA DE SÃO SEBASTIÃO. CARTÃO POSTAL MUNDIALMENTE CONHECIDO E SIMBOLO DE PUNJANÇA DA EPOCA AUREA DA BORRACHA NO AMAZONAS.



terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

SOBRE PLANOS ADIADOS/ZECA CAMARGO NA COLUNA TODAS NO G1.

Talvez essa piada tenha passado despercebida por você durante a cerimônia deste ano do Globo de Ouro. Talvez toda a cerimônia do Globo de Ouro tenha passado despercebida por você – algo do qual você jamais deve se sentir culpado ou culpada (o que conta mesmo, é o Oscar, você sabe…). Qualquer que seja seu caso, vamos a uma rápida descrição da brincadeira entre o comediante Ricky Gervais e a atriz Kate Winslet pra a gente poder continuar. Ou talvez seja ainda melhor contar antes um pouco do episódio de uma série de TV que gerou a tal piada.
“Extras” é uma das melhores coisas que já foi feita na TV a cabo de qualquer parte do mundo. Nunca viu? Mais uma vez, a culpa não é sua. Se não me engano, acho que ela só passou meio escondida no Brasil – num canal “premium” da HBO, se minha pesquisa da internet foi eficiente. Mal registrou na mídia, e eu mesmo acabei assistindo por insistência árdua de um amigo meu que é fã da série – e de Ricky Gervais, seu criador. E tive de comprar uma caixa de DVD na internet para conseguir tal, digamos, raridade.
Gervais, claro, é o comediante inglês que se tornou famoso mundialmente com “The office” – o original britânico, e não o quase-pastiche da versão americana. Embalado justamente por esse sucesso, ele conseguiu produzir esse projeto que desenvolvia há anos: histórias de figurantes que sempre participam de grandes produções – e são até bons atores e atrizes – mas nunca conseguem um papel significativo (quanto mais com falas!). Um desses figurantes é vivido pelo próprio Gervais, mas a grande graça da série é que, a cada episódio ele convida uma grande estrela de Hollywood para fazer o papel dela mesma.
Todos sempre aceitam de bom grado, porque sabem que o roteiro é inteligente – e, principalmente, engraçado (ainda que “Extras” não seja daqueles “sitcoms” que já vêm com a trilha sonora de risada, tipo “Friends”, é uma das coisas mais hilárias - e aflitivas - que já vi desde “Curb your enthusiasm”). Para citar apenas alguns, entre as lista de celebridades que já passaram por lá estão Robert De Niro, Chris Martin (sim, Coldplay), Clive Owen, Ian McKellen, Ben Affleck, Daniel Radcliffe (sim, “Harry Potter”) – e Kate Winslet, que participou logo do episódio de estreia.
Numa das melhores tiradas desse “Extras” com Winslet, uma figurante se aproxima da atriz – que faz papel de uma freira que está salvando um grupo de pessoas dos horrores nazistas num trabalho pequeno de um diretor alternativo – para elogiar sua participação num filme desses “de arte”, por um cachê bem mais baixo que o que ela receberia numa grandeprodução hollywoodiana. Winslet, que está num intervalo das filmagens, fumando ainda vestida de freira, dá então uma resposta inesperadamente ríspida – que não me lembro literalmente, mas é algo na linha: “Quem disse que eu estou fazendo esse filme por amor à arte? Eu quero é ganhar um Oscar! E fazer um papel num filme sobre o Holocausto é tiro certo? A melhor maneira de ganhar um Oscar é ter um papel forte em história de Holocausto, ou fazer um débil mental!”.
Uma checagem recente histórica só comprova essa “regra” – ao qual os mais bem-humorados estudiosos da premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood ainda costumam incluir o papel de “prostituta de bom coração”. Pense em “Rain man”, e o prêmio de Dustin Hoffman. Ou em Tom Hanks em “Forrest Gump”. Adrien Brody em “O pianista”, talvez? Liam Neeson em “A lista de Schindler” (só indicado… mas quase levou!)? Os exemplos são vários – e vou parar por aqui para não desviar muito do nosso assunto…
O fato é que, anos depois de Winslet participar daquele “Extras”, eis que ela faz um filme chamado “O leitor” – e eis que ela é indicada para vários prêmios (inclusive o Oscar)! E, eis ainda, que ela ganha um deles, o Globo de Ouro – e quem está na festa é o próprio Gervais, que, na primeira chance que tem de subir ao palco vira-se para a atriz e brinca: “Eu não te falei que era só fazer um filme sobre o Holocausto que o prêmio viria?”.
Humor negro? Ironia do destino? Ou simplesmente um reflexo involuntário de um comediante genial?
Eu ainda não vi “O leitor” – está na lista desta semana, se eu conseguir… Mas vi o trailer (clique abaixo para ver), e não é preciso ser o Ricky Gervais para imaginar que ela está num papel perfeito para ganhar um Oscar (o que não significa que vá ganhar, claro, conhecendo a imprevisibilidade dessa premiação). Também dá para perceber, apenas por esses trechos, que ela está ótima na sua interpretação. Mas por outro lado, quando ela não está?

Você também é – como eu – da turma que acha que só sobreviveu as longas horas do “Titanic” só por causa dela? Que ótimo, acho que você vai gostar do que vou escrever agora.
Sou fã de Kate Winslet desde “Almas gêmeas” – uma pequena produção de 1994, assinada por um diretor que, naquele tempo, era totalmente desconhecido, um tal de Peter Jackson (seu Frodo interno já começou a tilintar? É ele mesmo: o homem por trás da adaptação para o cinema da trilogia “Senhor dos anéis”). Pouco tempo depois, ela já estrelava numa versão bem-sucedida de “Razão e sensibilidade”, chamando mais atenção do que Emma Thompson (coisa que ninguém achava que seria possível). Depois, claro, veio “Titanic” – e nunca mais seria possível deixar de acompanhar sua carreira.
Segui de perto e defendi a atriz mesmo em seus papéis mais infelizes – mesmo no teste de fogo para fãs chamado “Fogo sagrado”. Mas eu diria que de 2004 para cá, desde que fez o sensacional “Brilho eterno de uma mente sem lembranças”, ela não deu um passo em falso. Já escrevi aqui mesmo de “Pecados íntimos”. Adorei “Em busca da Terra do Nunca”. Me diverti até com “O amor não tira férias” (que vi num longo voo). E agora, semana passada, vi “Foi apenas um sonho” – e renovei meus votos de adoração eterna a Kate Wislet (que, só para dar mais uma referência, brilha no ensaio fotográfico que saiu domingo passado na revista do jornal “The New York Times”.
Fico tentado a gastar aqui um parágrafo só sobre a incrível capacidade das distribuidoras brasileiras inventarem títulos bizarros para filmes que eles acham que a tradução literal do inglês não é muito, digamos, popular… Por exemplo, será que “Rua Revolucionária” – ou até a adaptação “Rua da Revolução” – seria tão repugnante assim para as platéias brasileiras? Será que eles acham melhor um título “sacado” – este, no caso, tão mal sacado, que praticamente conta todo o enredo do filme numa frase? Sei que você seria capaz, com sua indignação, de contribuir com várias outras “traduções” para essa discussão – mas se entrarmos nela, como é que vou falar do tanto que gostei de Kate Winslet em “Foi apenas um sonho”? Vamos então ao filme.


Primeiro, aos fãs de Leonardo DiCaprio, eu sinto informar que o filme não é dele. É só de Kate. Sim, eu sei que o personagem dele - um jovem ambicioso e sonhador, que troca seus ideais por uma vida pacata num subúrbio americano (na tal “Rua Revolucionária” do título) e um emprego que ele detesta, mas que paga bem - foi feito para ser um daqueles “grandes papéis americanos” que ajudaram a definir o teatro moderno nos Estados Unidos (pense em Arthur Miller). Sei ainda que reunir o casal de atores de “Titanic” era, obviamente, também uma tentativa de reproduzir aquela química entre eles. Mas lembre-se que o filme é de Sam Mendes - o ousado e provocador diretor de “Beleza americana”, que por acaso também é o marido de Kate Winslet. Adivinha então quem é realmente o foco da história?

Não que o personagem de DiCaprio seja ruim - o problema é que ele é um clichê. Bem escrito e bem interpretado. Mas um clichê. Já o de Winslet - uma mulher apaixonada, que tenta reacender no marido a mesma chama que ele tinha quando ela o conheceu, como antídoto para sua frustração e fuga de uma vida sem ideal -, por pouco também não esbarra nessa armadilha. Porém, a interpretação da atriz e o final ligeiramente atordoante de sua personagem, resgatam essa esposa suburbana - que muitas vezes lembra aquela mulher interpretada por Julianne Moore em “As horas” - da normalidade e a torna uma mártir das oportunidades perdidas. Ou se preferir, dos planos adiados.

Aliás, foram eles que “me pegaram de jeito”. As acaloradas discussões de casal, as sorrateiras infidelidades, o desejo bipolar pelo parceiro, os constrangedores silêncios depois das brigas - tudo isso a gente já viu o bastante no cinema, e “Foi apenas um sonho” oferece mais do mesmo. O que eu achei mesmo comovente no filme é a presença incômoda de promessas que não foram cumpridas. O casal não mora numa rua que tem revolução no nome à toa. Quando eles se mudam para lá, a agente imobiliária (interpretada pela nunca menos que ótima Kathy Bates) já insinuava que eles se encaixariam perfeitamente numa rua como aquela - e toda a expectativa da vizinhança é de que o casal Wheeler cumpra a promessa de ser diferente, especial.

Logo no início do filme, quando eles se conhecem, a semente de todas as revoluções está lá, na cena em que, numa conversa rápida, DiCaprio “ganha” Winslet falando de seus planos para o futuro. A história é então abruptamente catapultada para cerca de dez anos depois, quando os Wheeler, com dois filhos e uma bela casa, são vítimas de uma vida chata que nem eles mesmos podiam imaginar que teriam. A saída, proposta por Winslet, é simples e ousada: jogar tudo para cima e ir para Paris! Viver de quê? Ah, isso depois a gente resolve…

É nesse devaneio momentâneo - e nos seus desdobramentos dele, que Winslet brilha. É no desespero de ver que nada do que eles planejaram pode acontecer, que o filme passa de uma simples história de um casal em conflito para um debate sutilmente mais existencial. É aí que ele fala comigo.

É difícil não ser auto-referente numa hora dessas. E talvez o fato de eu já estar na segunda metade dos meus 40 anos ajude nessa reflexão. Mas não existe nada mais cruel para mim do que não poder realizar o potencial máximo de um sonho - de um projeto, de uma ideia qualquer. Não precisa ser “largar tudo e ir para Paris” - pode ser qualquer plano. Das ambições mais ambiciosas - dar uma volta ao mundo (ou duas!) - às mais simples - passar um fim de ano cercado de amigos -, eu sempre tive a chance de correr atrás delas. Nem de longe posso dizer que realizei tudo que queria - aliás, espero ter fôlego para fazer ainda muitas coisas, grandes e pequenas. Mas a gente sabe que muitas histórias não vão para frente - que todo dia a gente cruza histórias de frustrações, de promessas não preenchidas, de gente que só ouve não. E isso acaba comigo.

Claro que eu sempre tento “virar o jogo” - ou orientar as pessoas nesse sentido. Como costumo falar, nada é tão estimulante como um não: ah, não pode fazer isso? Pois é aí que eu vou atrás mesmo! Mas sei também que nem sempre dá. E que um número absurdo de desejos simplesmente não se cumprem. Por isso quando chega um filme como “Foi tudo um sonho” e me lembra disso - não só das frustrações que resultam de planos infinitamente adiados, como das piores consequências que eles podem provocar (e as do casal Wheeler se espatifam de maneira espetacular) - eu fico meio mexido. E ainda por cima com Kate Winslet…

Arrisco aqui um palpite de que, se ela ganhar o Oscar (bem no domingo de Carnaval, que maldade - ainda não decidi se vou para a avenida ou para o tapete vermelho), não será por esse filme. Se o Globo de Ouro e a piada “nem tão piada assim” de Ricky Gervais são sinais de alguma coisa, suas chances são bem maiores pela atuação em “O leitor” - uma performance que eu já espero gostar bastante. Mas. se dependesse da minha vontade, seria como a encarnação de alguém que pensou em um dia buscar uma vida menos ordinária (uma das minhas expressões favoritas, aliás), ninguém vai deixar uma marca mais forte em mim nesta temporada cinematográfica do que a Kate Winslet que morava numa rua de nome inspirador.

Este post foi publicado em Todas, Segunda-feira, (09/02/2009), às 15h50.