sábado, 11 de abril de 2009

PÁSCOA Celebrando a Vida, o Renascer e a Esperança...

A PÁSCOA CRISTÃ

A Páscoa Cristã celebra a ressurreição de Jesus Cristo que, segundo a Bíblia, teria ocorrido três dias depois da sua crucificação. Ainda que todos os domingos do ano sejam destinados pelas igrejas cristãs de todo o mundo à celebração da ressurreição de Cristo (o que é feito por meio da Eucaristia), no domingo de Páscoa, esse acontecimento ganha destaque, já que se festeja uma espécie de aniversário da ressurreição; é a festa da vida.

Para entender o significado da Páscoa cristã, é necessário recordar que muitas celebrações antigas foram integradas nos acontecimentos relacionados com Cristo.

A festa da Páscoa refere-se à última ceia de Jesus com os Apóstolos, a sua prisão, julgamento e condenação à morte, seguida da sua crucifixão e ressurreição (Jesus voltou a viver e subiu ao céu). A celebração começa no Domingo de Ramos (quando Jesus entra em Jerusalém e é aclamado com ramos de palmeira) e acaba no Domingo de Páscoa (com a Ressurreição de Cristo): é a chamada Semana Santa.
A Páscoa é a principal festa do ano litúrgico cristão e, provavelmente, uma das mais antigas, tendo surgido no início do segundo século em Roma, com o distanciamento do Judaísmo. O Cristianismo gentílico queria festejar sua própria festa, desprendendo-se das tradições judaicas. Este processo foi lento e conflituoso, já que durante os três primeiros séculos da Igreja, por estar frequentemente sob perseguição, não houve tentativas de se estabelecer as Festas Cristãs. Porém, quando Constantino se tornou imperador (306 dC), e o Cristianismo deixou de ser ilegal, foi possível considerar mais cuidadosamente a data da Páscoa. Um dos propósitos do Concílio de Nicéia, em 325 dC., foi o de definir esta data, com a recomendação de que caísse num domingo e nunca no dia da Páscoa Judaica.
Assim, ficou definido que ela seria comemorada no primeiro domingo após a lua cheia do equinócio da primavera. O equinócio é o ponto da órbita da Terra em que se registra uma igual duração do dia e da noite. Isso significou que a Páscoa seria uma data móvel, que aconteceria anualmente, sempre entre os dias 22 de março e 25 de abril.
Mas há um modo mais fácil de saber quando é o domingo de Páscoa. Basta contar 46 dias a partir da quarta-feira de cinzas. A Páscoa cristã é antecedida pela Quaresma, período que dura 40 dias entre a quarta-feira de cinzas e o domingo de Ramos, que acontece uma semana antes da Páscoa. Os católicos destinam a Quaresma para fazer penitência, como o jejum, com o objetivo de libertar as pessoas dos pecados.
A Páscoa cristã é festejada no início da primavera no hemisfério Norte e alguns elementos deste período muito significativo, em função do rigor do inverno, que parece matar
toda a vida, foram inseridos no contexto da festa. O coelho, por exemplo. pois é o primeiro animal que reaparece depois do inverno e tem um grande poder reprodutor. Na primavera a natureza reascende como se ressurgisse. Considerando o sentido da Páscoa cristã, este acontecimento se torna significativo, uma proclamação da vitória da vida sobre o poder da morte, efetivada na ressurreição de Jesus Cristo.
Os elementos hoje presentes nos "símbolos" pascais nos remetem a esta mensagem da vida. Evidentemente, que para nós do hemisfério Sul, alguns elementos não tem muita força de significado, pois não reflete nossa experiência, mas isso não tira destes elementos seu valor.

Quaresma, período de penitência.
A Quaresma é um período de quarenta dias entre o final do tríduo carnavalesco e a Páscoa. É um período no qual os cristãos eram convidados a fazer penitência. No início dessa tradição, as penitências eram públicas e aqueles que haviam pecado gravemente deviam cobrir-se de cinzas desde a quarta feira.
Era também um período de preparação para o batismo, que ocorria no Domingo de Páscoa. Desde 1964 que, no Brasil, o período da Quaresma é celebrado com a Campanha da Fraternidade.
Os bastidores políticos
A Páscoa judaica influenciou alguns dos acontecimentos relacionados à prisão, condenação e morte de Jesus. Primeiro, relata a Bíblia, houve o receio de provocar um levante popular, caso a prisão ocorresse durante a festa. Os temores, porém, mostraram-se infundados. Levado ao governador Pilatos, Jesus ainda teria a chance de ser libertado, já que era costume soltar um prisioneiro na Páscoa. Mas o povo, influenciado pelos sacerdotes, pediu a liberdade para outro prisioneiro, Barrabás. Na sexta-feira, Jesus foi crucificado e sepultado, mas, no domingo, o sepulcro amanheceu vazio. Nesse mesmo dia, várias pessoas o viram e falaram com ele.
A Páscoa cristã, embora alicerçada na Páscoa judaica, apresenta outros caracteres. Sabemos que Jesus na última ceia estava comemorando a Páscoa judaica, pois Jesus e seus discípulos eram judeus: Ele tinha sido instruído no Templo em Jerusalém, Ele vivia como hebreu do seu tempo e respeitava a Lei. Finalmente, sendo Rabi ensinava nas Sinagogas, que são ainda hoje escolas da Lei (religiosa).
Mas a Páscoa cristã acrescenta elementos diferentes: além de confirmar a pertença do fiel a Jesus e a Deus, ela lhe acena com a remissão dos pecados, quando deles se arrepende e confessa antes de aproximar-se da mesa da comunhão. Ela, sobretudo, lhe garante a vida eterna, já que o Cristo por sua ressurreição, venceu a morte.

OS SÍMBOLOS DA PÁSCOA CRISTÃ
A Cruz da RessurreiçãoTraduz, ao mesmo tempo, sofrimento e ressurreição. Símbolo da fé católica. A cruz mistifica todo o significado da Páscoa, na ressurreição e também no calvário de Jesus Cristo. Desde o ano 325 d.C. é considerada como símbolo oficial do cristianismo. O CordeiroSimboliza Cristo, que é o cordeiro de Deus, e se sacrificou em favor de todo o rebanho. Representa Jesus Cristo, o filho amado de Deus, sacrificado como um cordeiro para tirar os pecados dos homens e do mundo. O cordeiro é o símbolo mais antigo da Páscoa. No Novo Testamento, simboliza Cristo que é o Cordeiro de Deus sacrificado em prol da salvação de toda a humanidade, seu rebanho.



O Pão e o Vinho
Na ceia do senhor, Jesus escolheu o pão e o vinho para dar vazão ao seu amor, representando o seu corpo e sangue, eles são dados aos seus discípulos, para celebrar a vida eterna. No Ocidente, o pão é representado pela hóstia. O pão e o vinho eram, na Antigüidade, a comida e bebida mais comuns. Jesus Cristo se serviu desses alimentos para simbolizar sua presença constante ao instituir a Eucaristia. Assim, o pão e o vinho simbolizam o corpo e o sangue de Jesus e a vida eterna. O Círio (vela)Quer dizer: "Cristo, a luz dos povos". Alfa e Ômega nela gravadas querem dizer: "Deus é o princípio e o fim de tudo". É uma grande vela com cinco cravos, representando as cinco chagas de Cristo nas mãos, nos pés e no peito. As velas são uma marca das celebrações religiosas pascais. Em certos países, os católicos apagam todas as luzes de suas igrejas na Sexta-feira da Paixão. Na véspera da Páscoa, fazem um novo fogo para acender o principal círio pascal e o utilizam para reacender todas as velas da igreja. Então, acendem suas próprias velas e as levam para casa a fim de utilizá-las em ocasiões especiais. No Sábado Santo a celebração católica é iniciada com a bênção do fogo, chamado de "fogo novo".

O Calendário Cristão

O calendário cristão é um calendário solar, cuja marcação do tempo baseia-se na movimentação do sol. Remonta ao período de Júlio César, o primeiro imperador romano.
Com o auxílio de Sosígenes, astrônomo de Alexandria, Júlio César elaborou um calendário em que o ano comum seria de 365 dias e que, para acertar o ano civil ao ano trópico (designação para o tempo decorrido entre duas passagens consecutivas), fosse acrescentado de 4 em 4 anos um dia complementar. Ao ano de 366 dias foi dado o nome de bissexto. Por isso, a cada quatro anos o mês de fevereiro tem 29 dias. Esse calendário foi criado no ano 45 a.C. e denominou-se calendário juliano em homenagem ao imperador que o instituiu. No século 16 o papa Gregório XIII fez algumas correções no calendário Juliano, e por isso passou a ser chamado também de gregoriano. É que o ano trópico não tem exatamente 365 dias e 6 horas como se pensava, e sim, 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 50 segundos. Portanto, o calendário juliano estava errado em 11 minutos e 10 segundos por ano para mais. Esses, acumulados no decorrer dos séculos, trouxeram confusão, a ponto de em 1585 já haver uma diferença de 10 dias entre o ano trópico e o ano civil. Coube então ao papa Gregório XIII determinar a reforma do calendário cristão.

Embora o calendário cristão seja solar, ele é lunar quanto à páscoa. Os cristãos tomaram emprestado o calendário judaico para que a páscoa cristã coincidisse com a páscoa judaica. É por isso que a cada ano a nossa páscoa cai em dias e até meses diferentes. O princípio é o mesmo para o carnaval. Não existe carnaval no calendário judaico, mas por ser o carnaval uma festividade essencialmente pagã, adota-se o calendário lunar para que o carnaval aconteça sempre antes da páscoa.


Virgínia Brandão.(FONTE:CORREIO GOURMAND)

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